terça-feira, 11 de maio de 2010

V de deixa pra depois.

A mãe revoltadíssima, olhou para a Nossa Senhora do canto do quarto como se a perguntasse onde foi parar a tão falada proteção. Virou para o filho de volta e com um ar sublime, mudou a cara e explicou que as coisas eram mesmo assim.
Mal o filho saiu do quarto com cara de fome e com os olhos marejados, a mulher voltou seus olhos para a santa e como quem rompe o cordão umbilical e com uma raiva brutal, a pegou em uma das mãos para joga-la, e ver seus mil pedaços pelo chão... Mas não podia ser qualquer lugar, tinha que ser mirado, um lugar especial, para quebrar aquela coisa que a enganou por tanto tempo.
A revolta era tanta que mirou para a foto da mãe que tinha em cima da escrivaninha. Lugar melhor não havia, tinha sido aquela que lhe deu a bendita santa e colocou na sua cabeça que pela imagem ela estava salva e destinada a sofrer, e ser salva e sofrer e sofrer. Era justo, ô se era. Lembrou da mãe e da santa que a mãe chamava de mãe, e desculpou sua genitora... era também uma enganada. Mirou na tv, era por onde ela mais descobria o quanto a santa não ajudava ninguém, nada mais justo. Mas... a tv? o que faria ela sem a novela pra esquecer a vida? Não, perae... na tv não!
Já estava a um tempo nisso, o braço já tava cansado, depois de fazer 20 pés e mãos, nada mais justo. Mirou no espelho. Era certo e justo, mirou na sua imagem, nos seus proprios olhos que muito tempo viram errado pela desgraçada imagem, pensou em todos os momentos em que dormiu chorando, rezando por um dia a mais, ou um dia a menos... lembrou que era devota da maldita, e que no parto da Jussara a imagem tava lá. Os olhos que choraram a dor dos dias, também choraram a alegria, não mereciam.
Enquanto olhava para o espelho e relembrava os momentos com aquela mãe desnaturada, de relance, viu o reflexo do seu filho na fresta da porta. Com a mesma serenidade de antes virou-se para o menino e disse:
-Que é meu anjo?
O menino:
-Jantar tá na mesa mãe, vem comer com a gente.
Baixou o braço, largou a santa da cama e foi até a mesa de jantar. Deu as mãos aos filhos e começou a rezar, agradecendo por mais um jantar.

domingo, 9 de maio de 2010

Se o efeito é esse, o salto vale a pena.
Cada clarão e cada dia de chuva, cada manhã e hora de dormir, cada beijo e desamor, valem...
prometo que se eu me sentir assim, uma vez ao mês... te beijo até amanhã.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quando alguém começa a te fazer, fazer mais sentido do que antes... Sim, o mínimo que ela merece é amor.