segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Minha solidão é meu chacal, minha tortura e minha paixão. Paro e a olho nos olhos, estáticos, dois cristais.
A luz da minha consciência reflete e brilha, é impressionante as cores que saem dali... minhas dores em tons de azul, meus amores em carmim, recordações em amarelo, ânsias furta-cor... mas evidentemente tudo cintila. Vejo os brilhos que brilham ainda mais se misturados às minhas lágrimas. Brinco de princesa, não tem ninguém aqui. Meu castelo multicolorido, tão meu. As cores todas colocadas por mim e pela minha história, meu passado, presente e futuro, tudo se mistura agora.
Não há descompasso, a trilha sonora do meu conto de fadas são meus soluços, se todos pudessem me ver agora... Sou princesa, sou rainha, sou menina, sou quem eu quero ser, meu castelo, minhas cores, minha música.
   Depois de muito brincar, o silêncio me cala. A aspereza daqueles cristais são mortais, o gosto de sal chega a minha boca como um veneno, aqueles olhos tudo salgam. Quero colo, preciso chorar, preciso gritar, preciso não estar lá, é um calabouço.
Socorro! Fogo! Por favor, me escutem! É um grito de uma desesperada... dores, amores... tudo me corta.

Entro em pânico, não sinto meu rosto, minha respiração descompassa, meus olhos secam pelo pavor...

Alguém entra no quarto... estamos todos seguros outra vez.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Showgirl

Até onde vai a sua fé em você mesmo?
Qual é o seu limite de loucura?
O que fazer com seu desespero quando você está tão sozinho?
Como aceitar que você não sabe o que fazer com o que fizeram de você?

Não importa. Não falo aqui para todos, falo para apenas para aqueles que não sabem ser vítimas... Para aqueles que são senhores de seus destinos, para aqueles que não vivem, se apresentam. Representam talvez...

 Tentamos formatar a vida para que elas não nos formate, mas ela nos mata. Não há controle, os personagens do nosso espetáculo não tem cordas e as luzes são perenes, não tem como fugir. As cortinas abrem e fecham ao bel prazer do tempo, o foco de luz não eh constante - é incontrolável- e esse é o pior. A luz se mantém e por tanto não tem onde se esconder, não dá para focalizar no que se quer, precisamos ver tudo que é tocado pela luz e iluminado pelo som... A vida é constante com dores multicoloridas.

O enredo é agressivo e vive de cacos. O cheiro de pó as vezes é mais forte do que o perfume que você tenta colocar nos dias. A música as vezes descompassa o final feliz não é nem planejado, quanto mais executado... Você é um personagem de si mesmo, tenta manipular sua história: presente, passado e futuro... Tente se descrever é tudo um caos. Você não dorme.

O pior é a platéia... é sanguinária, voraz e gentil. Bate palma de tudo mas a crítica é ferrenha, as palmas são um consolo vil... é bom ver tragédia. Essa mesma platéia, ri quando você ri e ri quando você chora. A platéia é desonesta e piegas. Não entendo.

"O show tem que continuar.."

Pra quê?

domingo, 30 de dezembro de 2012

1006 x 2

2012, acho cliche falar de anos... Mas esse ano merece meu respeito. Tive perdas irreparáveis, sonhei errado, pisei exitante em todos os palcos que me deixaram pisar, passei dos limites, me expus, me machuquei. Me machuquei muito na verdade, me perdi, perdi pessoas, perdi grandes livros, perdi grandes histórias, me perdi na História. Me feri, eu mesma e os outros, mais eu antes de todos.
Criei limites, e problemas que deveriam ser criados, os mal criei. Tomei decisoes malditas por mim e benditas por minha saude, mas sei que mais morri do que vivi com elas. Aprendi muito e por isso meu esoterismo não me deixa praguejar sem ressalvas esse ano maldito. Aprendi a baixar a cabeca, to aprendendo a aceitar que eu preciso das pessoas, aprendi que eu sei aprender. Aprendi tambem que eu sou uma pessima aluna, mas um ótimo ser humano ( dentro da minha humanidade). Aprendi a perdoar, aprendi a fingir que perdoei. Aprendi a ser mais falsa e menos falsa tambem. To me tornando uma jovem adulta, com muita raiva e trancos, mas estou. Nao cumpri nenhuma das minhas metas do fim do ano passado... Desconstrui minhas metas. Me perdi, muito perdida mesmo. Queria morrer e viver de novo, como um reboot de computador. Meus erros e problemas estão em pequenos arquivos soltos e misturados dentro da cpu que nunca ninguem da a minima até dar tela azul sabe!? To ferrada como nunca, to pensando que eu nao aguento o tranco. To pensando em virar hippie de novo. To cansada de ser eu nesse ano, ainda bem que o ano acabou. Bom, é isso, aguentarei até a minha próxima tela azul.


Vou sentir falta para sempre do que eu perdi em 2011 e larguei em 2012. 2012, foi uma lixa. Que 2013 venha para me polir.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

afinal ela é só uma garotinha...

Te perdoo pelas camas vazias, pelo seu lado na cama cheio e o outro não. Te perdoo, por todas as boybands que não tocaram no seu rádio, te perdoo pela casa cheia de nada, por todo conselho não dado, pela ausência nas comemorações, por nunca ter conhecido meu primeiro namorado, te perdoo por não estar quando eu precisava de uns trancos, te perdoo por não estar no meu casamento, te perdoo por não me levar até o altar, e nunca conhecer seus netos. Te perdoo por todas as noites de preocupação que eu não tive, te perdoo por não ter me ajudado a caminhar sozinha, te perdoo por não ter me deixado sonhar, te perdoo por não estar. Te perdoo por me fazer fugir, te perdoo por machucar minha mãe, te perdoo por ser você a causa de quase todos os meus pesadelos. Te perdoo por não te me visto virar uma mulher, te perdoo por ser desprezível. Te perdoo por ter sido o primeiro e único a realmente partir meu coração, te perdoo por não ter me ensinado a dirigir. Te perdoo por não estar na minha formatura e nem no open house do meu primeiro apartamento. Te perdoo por todo desprezo, por todo dia dos pais que eu não tinha o que comemorar, te perdoo por me ensinar a ser amarga. Te perdoo pelo amor guardado para uma próxima vez... Te perdoo por toda a vez que eu não tive proteção, te perdoo por todo sorriso não dado. Te perdoo pela memórias nunca escritas, te perdoo pelo meu medo, te perdoo. Esquecerei cada dia de dor, cada dia sem amor, cada dia de loucurae medo. Se aqui meu perdão se confunde com pena: eu te peço perdão. Te perdoo.
Talvez fosse para eu voltar atrás, e cuidar de quem devia ter cuidado de mim. Essa ferida eu não vou conseguir curar mas te perdoo, fica em paz e me deixa em paz.
A mulher de hoje escreve isso, enquanto a menina de 12/13 anos tenta entender... Eu explico para ela todo dia que todos erramos, tento explicar o porquê de toda aquela dor, tento acalma-la, mas ela ainda chora, afinal ela é só uma garotinha que sentava na varanda para conversar coisas das quais não entendia, ouvia Cat Stevens e  Beatles, achava o máximo as músicas bregas mal tocadas naquela violão velho. Ela fez o dever de casa, fez tudo que lhe foi pedido, cumpriu o combinado e hoje não entende... afinal ela é só uma garotinha.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Mãe

            Um mistério nos assombrou, não resolvemos, não temos pistas, nem lembranças brilhantes de vidas passadas que nos ajudem  a soluciona-lo. Aqui não é como nos seus seriados, aqui não tem corpos, nem cenas de crime, não temos testemunhas... A vida não imita a arte. A vida é isso aqui, essa cena sem vestígios de respostas. Não sei como você se sente, mas sei como eu me sinto. Vim para o mundo dentre outras coisas para ser sua guardiã (não sou uma das melhores), mas me sinto assim e por isso toda essa história já passou pela minha cabeça tantas vezes... Criei histórias, rancores, traições, paixões, amores... quem sabe? Ou então uma conveniência qualquer, uma oportunidade que alguém teve de iluminar a própria vida com você.
             Depois de muito pensar, imaginar várias avós para mim, depois de ficar horas olhando meus traços no espelho e tentando por mim achar a outra ponta dessa corda, eu me dei conta de uma coisa: o caráter é fabricado com cicatrizes e fogo, você sabe disso. O grande lance da minha conclusão é muito simples, você não precisa saber de nada disso, por saber exatamente onde e porque está. Você veio para consertar, embalar, cuidar, criar, crescer, mimar, amar esses reles mortais. Apesar dos pesares você não nota, mas você fez seu mundo assim que nasceu, porque você não pertence a esse lugar... Você veio de longe, você resolveu voltar... Você não é filha daqui, você é filha de lá, você é filha da luz. Você é luz.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Hoje queria ser a mocinha mais bonita do filme, me apaixonar pelo carinha cafona, ganhar flores e ser feliz. Queria uma coisa mais simples que me completasse, queria qeu esse vazio que vc me traz, fosse só um vazio. Só uma ferida, só uma falha. Hoje não queria perceber que sinto falta de sonhar, sinto falta de esperar algo, sinto falta do medo que dá. Sinto falta da presença dele aqui, o jeito de me olhar com medo e ameaça de ir embora a qualquer momento... sinto falta do jeito dele de me fazer insegura. Das mãos, da vontade do beijo, da saudade diária.
Sinto falta da nossa frente de batalha, sinto falta da sensação do  não ter o que falar... tenho saudade de temer você e ser temida por vc. Sinto falta de você.

back to me

Vc naum entende e nem vai entender, teu mundo eh distante e nem eh um mundo. É mais um circo, circo de horror, onde eu sou a princesa palhaça que faz o publico rir.
Meu mundo é etéreo, invisível aos seus olhos, é leve para você e insuportavelmente pesado pra mim. Meu espelho só mostra cicatrizes e manchas, espinhos e sangue, dor e álcool. Você não me salva, vc ouve meu grito mas não entende... acha que eu estou falando de amor. Eu não grito ao falar de amor... vc devia saber. Meu grito é terror, é medo de me perder, é medo de não saber voltar pra mim. Meu medo é acordar e ter jogado fora tempo demais... esse tempo pode ter sido único, simples para que eu crescesse e eu não cresci, eu parei. Parei em promessas cafonas e sonhos de castelo. Eu não sou a princesa, eu sou a heroína. Eu sou heroína.