domingo, 31 de maio de 2009

Madrasta Amada Brasil

>"A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão." "Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil."

Fragmentos tirados da redação premiada pela UNESCO, por Clarisse Zeitel Vianna Silva da Faculdade Federal do Rio de Janeiro.


Paralisada pela ignorância começo esse post me perguntando até onde vai a nossa ignorância. Rídicula frase eu sei, mas é uma reflexão um pouco complicada a partir do momento que a UNESCO, um órgão da ONU, premia um total descaso com a racionalidade e razoabilidade. Essa moça diz em seus escritos que não se sabe ser cidadão, não se aprendeu a ser cidadão, aí vai o primeiro grande problema dessa tão premiada ladainha, um cidadão brasileiro, em pleno gozo de sua faculdades mentais e "nacionais" colocaria perante o mundo que sua pátria não é mãe? Pergunto mais...Como ela teve essa definição de mãe, se todos somos frutos diretos ou não dessa tão ofendida "madrasta vil"? Se fosse assim... todos nós teriamos conceitos subversivos e não poderíamos jamais refletir sobre o que ela mesma refletiu em sua redação. Não quero aqui de forma alguma, pintar uma pátria perfeita, um governo quase paterno ou uma utopia brasileira, mas as cosias não são bem assim. Também não sou eu a dona da verdade nacional nem tão pouco defensora ferrenha desse governo por vezes, sim amoral. Mas acho que nós como brasileiros deviamos ver esse texto como um suspiro, sabe um breve suspiro de sim-nós-podemos-pensar, mas com certo receio de cairmos no estado comum de denunciarmos coisas que não vemos ou que vemos por meios de comunicações por vezes amorais tanto quanto os governos. Ela diz que se faz necessária uma reforma estrutural, mas acho que a mesma não sabe que a estrutura já está formada. O que temos é que fortalecer essa mãe/madrasta e trazer ela do ostracismo para que possamos assim a curar de seus possíveis defeitos. Somos nós essa mãe, somos nós também essa madrasta. Somos acolhidos e acolhedores. Somos invariavelmente parte dessa estrutura doente ou não, e cabe a nós mudá-la e não denunciá-la em um fórum internacional, onde nenhum dos ouvintes pode ou quer melhorar essa situação que é absolutamente nossa responsabilidade.

Resumindo, roupa suja se lava em casa. Pare de escrever para fora e venha aqui pra cozinha conversar com sua mãe. Quantas vezes você foi ao Congresso Nacional? Já pediu uma reunião com o Presidente de sua madrasta? Quantos peixes você já deu para quem morre de fome hoje e não tem como esperar a tal " reforma estrutural"? Já fez quantas passeatas contra uam decisão errada do governo? Já abriu quantos empregos? Fundou quantas escolas? Mas já fez uma redação.


Sejamos melhores filhos e assim melhoraremos nossa mãe.




[Pátria amada Brasil.]


Um comentário:

  1. Como já diria o poeta, culpar os pais por tudo é um absurdo. São crianças como você e, por incrível que pareça, são o que você vai ser quando crescer.

    A estrutura se modifica e se transforma dia a dia. Para quem não participa delas realmente dá a impressão de que nada muda mesmo. É aquela velha impressão ingênua da infância (ou da ignorância) de que para almoçar basta sentar à mesa.

    ResponderExcluir