terça-feira, 9 de junho de 2009

Mulheres.

Eita Brasil!
Elas acordam, como primeiro pensamento da manhã pedem; oram; rezam; para uma força maior ajudar... põe os pés no chão. Primeira no tapete, segunda no azulejo frio que ela não queria ter comprado a terceira no cimento. Como num filme vão até seus respectivos espelhos mágicos, closet; espelho de corpo inteiro; espelhinho de banheiro, na verdade um caco de espelho e com doces movimentos se arrumam, sempre tão doces... por um instante todas se sentem como numa história, imaginam por um instante não estar ali, o sonho da noite se prolonga um pouco mais e aí as crianças acordam, e por fim elas mesmas terminam de acordar. Café da manhã, brioches com chá; torrada integral com suco; um bom copo de café, crianças na escola... motorista; carro proprio; onibus. E todas elas vão a luta, já nem pensam em feminismo, os sutiãs andam caros para serem queimados por tão pouco, já não contam com o príncipe... desiludidas? Jamais. Até sonham com eles, mas deixa pra noite porque não dá tempo. Escritorio dela; consultório que é sociedade com a amiga; casa da patroa. árdua caminhada até as 18 ou até às 22, rola uma saudade dos filhos... lembram da mãe... "será que ela sonhava isso pra mim?" é unissono. Por um momento todas se cansam de repente, o fardo é duro... desamor; cafajeste do carinha que conheceu pela internet; o aluguel que está vencendo... parece pouco quando é olhado de forma individual, mas põe aí, chefe abusado, carinha que esnoba, filha grávida, vestibular do menor, supermercado pra fazer, contas pra pagar, a vó "você precisava era de um homem", crise mundial, ninguém entende mas elas se preocupam, avião que caiu... lembrar de rezar; orar; rezar pelas vítimas, pegar a Julinha; Ana Marcela; Wellington na escola, autoestima; autoestima; mais dinheiro pra comprar máquina de lavar... entre outras mil atribuições das nossas heroínas. O expediante acaba, chama o motorista; pega o carro; vai pra parada. Uma solidão bate... elas lembram que em casa não tem ninguém... cada filho já tá meio encaminhado, e os que não estão se encaminham na internet e nem olham mesmo... e a solidão fica mais forte e vai ganhando força no caminho de casa, será que sicuta; cortar os pulsos; veneno de rato vai resolver? Não faz mais sentido... Cade o happy end da princesa? Sim toooodas elas eram princesinhas lindas, meninas que se tornaram mulheres num supetão, num tapa do destino, a casca muda mas o resto continua lá, o sonho encantado o principe esperado... tá tudo lá e por vezes dá uma dessas, cisma de doer. Já está encaminhado, pensaram em tudo, as crianças ficam bem com a mamãe; com o pai; com maiinha pensa cada uma delas... o trânsito demora, engarrafamento assim como todo resto, pega limusine e charrete... o cansaço vai batendo, estão chegando em casa, se olham no espelho, e veem que a raiz morena ta nascendo por debaixo dos longos cabelos loiros; a raiz morena ta nascendo por debaixo dos longos cabelos loiros; que o alisamento tá precisando ser refeito a tempos. Até se lembram do lance dos venenos, mais o cansaço é mais forte e como mais um ato heróico decidem terminar o dia, deve ser a tpm... se não for, deixa pra lá. Por favor, o mundo precisa de vocês.


[a;b;c]

3 comentários:

  1. krak amiga, melhor texto ate agora hehehe
    ;*

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  2. Oi! Sou prima da Ana, ela me mostrou seu blog, adicinoei ao meu e cá estou, lendo seu novo texto. Gostei mto!!! Não sou mãe, nem dona de casa, mas as partes da princesa; dos príncipes; dos cafagestes; do estar impecável; da solidão... essas eu conheço mto bem!! =)

    Bjão!

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  3. Ai, mUUUUUUito bom!
    "Não sou mãe, nem dona de casa, mas as partes da princesa; dos príncipes; dos cafagestes; do estar impecável; da solidão... essas eu conheço mto bem!! =)" [2] Tu descreveu o que qualquer mulher sente!

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